PROMOÇÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NAS PLATAFORMAS DIGITAIS
Autor/es:
» Anna Clara Cordeiro Commanducci Silva
» Mariana Oliveira Guimarães
» Bárbara Ingrid de Souza Silva
» Roberta Nascimento Schultz
» Alanna Drumond Terri Oliveira
Descripción:
Professora Orientadora: Miguir Terezinha Vieccelli Donoso
Autoras: Alanna Drumond Terri Oliveira - Voluntário de extensão Proex UFMG (alannadru@ufmg.br); Anna Clara Cordeiro Commanducci Silva - Voluntário de extensão Proex UFMG (annacccs@ufmg.br); Bárbara Ingrid de Souza Silva - Voluntário de extensão Proex UFMG (barbarai@ufmg.br); Mariana Oliveira Guimarães - Voluntário de extensão Proex UFMG (mariana-og@ufmg.br); Roberta Nascimento Schultz - Voluntário de extensão Proex UFMG (robertaschultz98@ufmg.br)
Restante da equipe de extensão: Nayara Teodoro Duque, Gabriel Correia Saturnino Reis, Leticia Rodrigues Moreira, Rayane Stefani Tostes Pereira, Lorraine Rosa Martins, Gabriel Robert Gomes, Camila de Abreu Arruda, Rebeca Dias Amorim e Vitoria Silva Oliveira.
E-mail: programacuidarte4.0@gmail.com
Instagram: @programa.cuidarte
O “Programa Cuidarte” é um projeto de extensão desenvolvido pelo Departamento de Enfermagem Básica da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais e coordenado pela Professora Doutora Miguir Terezinha Vieccelli Donoso. Foi criado no ano de 2009, a partir da iniciativa de um grupo de discentes do curso de Enfermagem de elaborar e divulgar programas voltados à promoção da educação em saúde, através de uma parceria com a Rádio UFMG Educativa (104,5 FM), que proporciona a disseminação de informações baseadas em evidências e conhecimentos científicos de forma palatável à diversidade do público externo. Inicialmente a ação tinha como principal objetivo intensificar as relações transformadoras entre a universidade e a sociedade por meio da radiodifusão de conteúdos relativos à educação em saúde.
Foram produzidos spots educativos que abordam temas diversos como: saúde nos ciclos da vida, saúde mental, políticas públicas de saúde, meio ambiente e utilidade pública, evidenciando, principalmente, a promoção em saúde, sendo os programas gravados na rádio UFMG educativa, onde eram amplamente divulgados para toda população, tendo em vista que o rádio é um dos mais antigos meios de comunicação e um dos mais importantes, por várias razões, dentre elas, por proporcionar maior acessibilidade, ser democrático e portátil. Este trabalho "rendeu" durante 10 anos (2009-2019) 1.750 programas na Rádio UFMG Educativa, alcançando em média, um público de 5.700 ouvintes colaborando com a ideia defendida por alguns autores de que a informação veiculada pelo rádio amplia o conhecimento de saúde das populações (PRADO, 2007; PRADO 2011). Dessa forma, o projeto de extensão tornou-se uma grande experiência de aprendizado para os seus membros, que conta atualmente com 14 graduandos voluntários, dos cursos de Enfermagem e Odontologia, tendo por objetivo disseminar informações baseadas em evidências relacionadas à promoção da saúde e a prevenção de agravos nas plataformas digitais, através de uma abordagem multidisciplinar, promovendo assim discussões sobre o cuidado do indivíduo, da família e da comunidade.
Relacionado a isso, Buss et al (2020, p. 4725) dissertam que a “promoção da saúde representa uma estratégia promissora para enfrentar os problemas de saúde que afetam as populações humanas” e, nesse sentido, o projeto de extensão se baseia no empoderamento, na autonomia e na responsabilização dos sujeitos para com as práticas de promoção da saúde como categorias norteadoras para sua atuação. Além disso, a iniciativa ressalta o papel dos profissionais de saúde como educadores, no desenvolvimento de “atividades voltadas para o desenvolvimento de capacidades individuais e coletivas visando a melhoria da qualidade de vida e saúde” capazes de “estimular tanto o autocuidado como a autoestima de cada indivíduo (...) de toda a família e comunidade, promovendo reflexões que conduzam a modificações nas atitudes e condutas dos usuários” (ROECKER; NUNES; MARCON; 2013, p. 158).
Devido a emergência da pandemia causada pela Sars-Cov2, o projeto Cuidarte teve que se adaptar ao modelo remoto devido às normativas de distanciamento social para prevenção da disseminação do vírus, o que fez o programa adaptar-se a novos meios e recursos digitais, mantendo suas ações de promoção e educação em saúde. Com a adequação ao modelo remoto, foi proposto que o projeto fosse veiculado através da plataforma Spotify no formato de podcasts (Programa Cuidarte), sendo os programas roteirizados, gravados, editados e postados quinzenalmente pelos alunos na plataforma e, posteriormente, divulgados pela página do Instagram (@programa.cuidarte). O projeto desenvolveu atividades importantes como: evento comemorativo da semana da Enfermagem para promover a valorização e empoderamento da profissão, bem como o desenvolvimento de sorteios de equipamentos utilizados por profissionais da saúde e ações educativas, como uma forma de aproximar o público e aumentar o engajamento do trabalho.
Nesse sentido, a realização de ações extensionistas presenciais se mostra como uma adversidade a este atual formato. Em contrapartida, o desenvolvimento de habilidades de comunicação, oratória, escrita, síntese, pesquisa em bases de dados, processos de edição bem como o incentivo e responsabilização do estudante no papel de educador, têm sido mais amplamente utilizados, o que contribui na formação dos discentes. Além disso, as ações de promoção de saúde desenvolvidas requerem um pensamento interdisciplinar e ampliam o conhecimento acerca de variados assuntos relacionados à saúde.
Dessa forma, a educação continuada em saúde se torna cada vez mais necessária neste contexto, enaltecendo ainda mais toda a importância do saber científico, da prática pedagógica para a difusão desse conhecimento, bem como da convicção de que toda mudança é possível com essa educação bem aplicada (FREIRE, 1996). Frente ao exposto, o projeto se mostra como um potencial veiculador de informações ao público leigo capaz de incentivar mudanças de hábitos através da popularização do conteúdo científico, contribuindo para melhora da qualidade de vida, para a prevenção de agravos e promoção da saúde ao orientar e responsabilizar a população enquanto agente de transformações.
Referencias
Almeida, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, [S.L.], v. 29, n. 2, p. 327-340, dez. 2003. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1517-97022003000200010
Buss, P. M., et al. Promoção da saúde e qualidade de vida: uma perspectiva histórica ao longo dos últimos 40 anos. Ciência e Saúde Coletiva; 2020, 24 (12): 4723-4735. Disponível em:https://www.scielo.br/j/csc/a/5BJghnvvZyB7GmyF7MLjqDr/?lang=pt. Acesso em: 29 Mai. 2021.
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra S/A, 1996. 54 p.
Prado, E.V. Programa de educação em saúde via rádio: percepção do ouvinte. Mundo saúde. São Paulo, v. 31, n. 3, p. 394-402, 2007
Prado, E.V. et al. Construindo cidadania: educação popular em saúde via rádio comunitária. Rev APS Juiz de Fora, v. 14, n. 4, p. 497-501, 2011
Roecker, S.; NUNES, E. F. P. A.; MARCON, S. S. O trabalho educativo do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família. Texto & Contexto Enfermagem, lorianópolis; 2013, 22 (1): 157 - 165. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/tce/v22n1/pt_19.pdf . Acesso em 29 Mai. 2021.
Vermelho, Sônia Cristina; VELHO, Ana Paula Machado; BONKOVOSKI, Amanda; PIROLA, Alisson. Refletindo sobre as redes sociais digitais. Educação & Sociedade, [S.L.], v. 35, n. 126, p. 179-196, mar. 2014. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0101-73302014000100011