PREVENÇÃO DA AUTOMEDICAÇÃO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Autor/es:
» Ellen Cristina Santos da Silva
» Jussara Rodrigues de Brito
» Magdalena Nascimento Renno
Descripción:
Ellen Cristina Santos da Silva(1); Jussara Rodrigues de Brito(1); Letícia de Albuquerque Duarte(1); Caroline do Amaral e Silva(1); Iasmim Aquino Pacheco Barbosa(1); Stefanny Calixto da Silva(1); Ana Mariza Passos dos Santos Martins(2); Júlia Rocco Duarte Pereira(2); Vinicius Brito Ferreira Silva(1), Magdalena Nascimento Rennó(3)*
(1) Curso de Farmácia, Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Professor Aloísio Teixeira.
(2) Curso de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Professor Aloísio Teixeira.
(3) Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, NUPEM/UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
*Responsável pelo projeto: Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM/UFRJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, E-mail: mnrenno@macae.ufrj.br; Telefone: +55 22 2141-3976. @urmufrjmacae (Instagram, Facebook e Twitter)
Resumo
Introdução: Com o avanço das tecnologias, sobretudo das mídias sociais, as divulgações de informações sobre os temas relacionados aos medicamentos vem crescendo a cada dia. Neste contexto, também é crescente a divulgação de notícias falsas, assim como também situações em que “digitais influencers" propagam notícias sobre medicamentos, que nem sempre estão corretas. Além disso, é muito comum ver a divulgação de medicamentos isentos de prescrição em promoções em farmácias e drogarias, como, por exemplo, “leve 3 e pague 2”, e isso de alguma forma pode induzir a pessoa a levar a quantidade acima do necessário, principalmente aqueles medicamentos que não são de uso contínuo, podendo promover a automedicação pelo acesso da sobra de medicamentos. A automedicação pode ser entendida como um autocuidado, quando orientada pelo profissional de saúde adequado, mas quando utilizada por conta própria e de maneira inadequada pode ter sérias consequências à saúde. O uso sem necessidade, sem a adequada resposta terapêutica ou o uso abusivo dos medicamentos, podem comprometer de maneira significativa o tratamento de enfermidades, assim como podem provocar reações adversas e intoxicações. Adicionalmente, a utilização de medicamentos sem a indicação terapêutica prevista para o mesmo, tais como, o uso denominado como “off label”, deve ter critérios na medicina baseada em evidências científicas. O termo "off label” (sem tradução para o português brasileiro), é usado para se referir ao uso do medicamento de forma diferente que está descrita em sua bula ou uso de medicamentos que não teve o seu registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, sendo o órgão regulatório de medicamentos no Brasil, englobando situações de medicações usados em doses, vias de administração, faixa etária e indicações terapêuticas diferentes das descritas em sua bula e aprovadas para o medicamento. No Brasil, o uso "off label" de medicamentos é uma prática antiga e que está mais ligada à pediatria, no entanto, se não houver evidências científicas ou estudos científicos que deem o embasamento para esse uso excepcional, é recomendado a não utilização deste medicamento. Destaca-se que neste cenário da automedicação, o farmacêutico tem um papel crucial para informar o usuário sobre o uso correto dos medicamentos, pois, na maioria das vezes, a farmácia e a drogaria são de fácil acesso para as pessoas em geral. Assim, o paciente busca um aconselhamento, desinteressado e mais seguro do farmacêutico. Portanto, é importante que o farmacêutico tenha capacitação e competência nos limites de sua intervenção no processo saúde-doença, para ser assumir uma atitude coerente que oriente o paciente, avalie a situação e o conduza, se necessário, para uma consulta médica, do dentista ou do serviço de saúde adequado para a situação. De acordo com estudos, o farmacêutico quando integrado a uma equipe multiprofissional, suas intervenções têm alcançado resultados positivos à automedicação. Em meio a pandemia do novo coronavírus a automedicação se tornou um dos fatores preocupantes, pois a população brasileira tem consumido medicamentos que não possuem indicação terapêutica para o tratamento da COVID-19. Segundo estudos, o índice de automedicação durante este período tem aumentado, o que pode ocasionar reações adversas, intoxicações, resistência microbiana, interações medicamentosas e diagnóstico incorreto mascarando os sintomas. Objetivos: Neste contexto, de automedicação, "fake news" e uso de "off label" de medicamentos, vinculados às mídias eletrônicas e redes sociais, o projeto tem como objetivo alertar às pessoas sobre os riscos de utilização de medicamentos, sem o devido diagnóstico da enfermidade, sem a diagnóstico e a resolução do real problema que ocasionou os sinais e sintomas, sem o acompanhamento do profissional de saúde adequado para a situação e problema. Resultados e Atividades desenvolvidas: Contudo, sempre nas atividades do projeto, informamos que a pessoa não deve se automedicar, mas sim procurar sempre um médico, dentista, farmacêutico ou um profissional de saúde, em casos de dúvidas quanto aos medicamentos. No contexto da pandemia da COVID-19, o projeto está sendo realizado nas plataformas digitais e nas redes sociais, atendendo ao distanciamento social necessário para a não propagação do vírus SARS-Cov-2, de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde e Resolução da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Conclusão: O alerta por meio das mídias sociais serve para aumentar o conhecimento das pessoas sobre os riscos à saúde e qualidade de vida que possam estar relacionados ao uso inapropriado e errôneo de medicamentos, assim como, promover um pensamento crítico em relação às situações que envolvem a automedicação. Perspectivas: Aumentar a interação com a sociedade e promover a troca de saberes para a resolução de problemas de forma conjunta. Atingir um maior número de pessoas com informações sobre o uso racional de medicamentos, sobre medidas de prevenção contra doenças, realizar atividades sobre educação em saúde para qualidade de vida, da saude e do ambiente.
Palavras chave: Uso irracional de medicamentos, Reações adversas, Fake news, Uso, Off label
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio do Programa Institucional de Fomento único de Ações de Extensão (PROFAEX), da Pró-Reitoria de Extensão e da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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